domingo, setembro 14, 2008

agenda

Nunca tive muita disciplina para usar agendas. Normalmente duram uns 3 meses, depois caem no esquecimento. O legal mesmo é ler o que eu escrevi. Em minha última agenda-diário, uma mistura de jornalista-solteira-estagiária-desempregada. Em meio às rápidas recapituladas do dia, anotações de entrevistas, lembretes de coisas a se fazer no dia, etc. A agenda que li é do ano de 2005. Escrevi até março, mais ou menos. Foi engraçado ler minhas sensações, opiniões sobre as coisas, preocupações (a mais constante delas com minha solteirice e com os domingos apáticos. Tem até um pequeno relato interessante sobre o que eu queria da minha vida. “Nunca tive muita ambição na vida. Um emprego bom, um lar, uma família e amigos. Também não quero uma casa no campo, pau-a-pique e sapê, prefiro um apartamentinho, dois quartos, em uma cidade bem urbana. Quero ter meu refúgio. Poder de vez em quando me dar ao luxo de fazer algumas extravagâncias econômicas: um objeto, um presente, uma boa comida. Quero poder convidar meus amigos para me visitar, poder trazer minha mãe pra passar uns dias comigo e recebê-la com uma comidinha bem gostosa. Ter um amor, um filho bem educado e alegre. Poder envelhecer com saúde, deixar saudades em alguém. Quero ter uma vidinha comum e feliz”. Não mudou muita coisa.
Comentários sobre quando fiz um bico de recepcionista no salão onde meu primo Lau trabalhava, uns vinte dias; quando passei no teste pra estágio na Rádio Universidade, minha jornada tripla. Coisas da formatura. Naquele época, eu já reclamava do meu punho, a coisa é antiga. A primeira e única vez que fui na Friends, aniversário da Elvia. A minha conta no banco passou um bom tempinho no limite. Tem uma frasezinha interessante que reflete bem meu estado de encalhada na época: “Quero um amor maior... amor maior que eu – pode ser menor também, mas não muito”. Pobrezinha de mim. Cheguei até a cogitar fazer uma “macumbinha” para ver e arranjava alguém – anotação do dia 13/01.
Tem também os comentários sobre quando e como conheci o Fernando. É, já faz mais de três anos. Pena que depois disso não escrevi mais tanta coisa, só anotações de trabalho. Acho que eu encontrei coisa mais interessante pra fazer. É Fernandinho. Dessa vez o culpado por eu não continuar mais uma agenda foi você.