Natal é tempo de "restodontè".
E o "restodontè" nada mais é do que
um dejavú mais gostoso!
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Bom. O mesmo já não posso dizer da minha pessoa. E só posso definir minha intuição da seguinte maneira: uma perfeita M****. Quase sempre equivocada, tenho intensos frios na barriga sempre que acho que algo ruim está para acontecer. Para minha sorte, minha pança, geralmente, gela à toa. Mas ela também gela quando "sinto" que alguma coisa boa vai acontecer e, lógico, não acontece. Bobagem. Minha barriga é uma inútil fábrica de gelo.
Já me disseram que esse meu defeito de fábrica - uma vez que sou mulher e deveria ter vindo com o Sexto Sentido funcionando adequadamente e/ou incluído nos equipamentos básicos - é fruto da minha neurose. Sim, sou uma moça neurótica, sem nenhuma vergonha de admitir. Quer dizer, um pouquinho. Mas minha neurose não me acompanha sempre, não. Também tenho momentos de sossego, que correspondem exatamente aos momentos em que não tenho intuição nenhuma de nada com nada, zero. As coisas acontecem e fatalmente me surpreendem. Ou seja, ou não sinto nada, ou sinto errado. Diagnóstico: Sexto sentido defeituoso com interferência causada por neurose oportuna aguda localizada no córtex sensorial. E, até agora, sem chance de recall de fábrica.
A solução é ter sempre por perto pessoas que disponham desse dispositivo e que possam, de alguma maneira, "sextosentir" alguma coisa em mim. Uma espécie de osmose sensorial. Ou esperar até que essa pecinha possa ser comprada ou ativada no meu sistema feminino. Oh, céus!
E a minha carteira fica feliz!
Porta entreaberta. Ah, mundo novo! Sobe, desce, voa, gira, piruetas. Ana!? Aqui! Que atração irresistível causam as lâmpadas sobre os insetos, sobretudo aquelas de mercúrio, compridas e brancas. Gabriel? Gabriel? Jonas? Eu! Essa luz deve equivaler a Deus; pode existir então um conflito de identidade? Os insetos não ficam o tempo todo perto de Deus! Acho que não, talvez a luz seja meramente hipnótica e nada mais. Que belo corredor, desce, quase aterra e sobe novamente. Pernas, ombros, cabeças, teto. O toc toc do giz sobre o quadro. Vinícius? Tô aqui! Uma, duas, cinco voltas completas. Energia à tona. Calor ali. Onde está mesmo a porta? Ah, árvores, como não pensou nisso antes. Força total, mil quilômetros por hora. Pá! Os insetos costumam ser burros e míopes. Eles tentariam atravessar uma pintura para chegar à paisagem, o que dizer de um simples vidro? Sobe novamente, desta vez para alcançar a luz mais alta, mais bonita, faiscante, cintilante como uma estrela. Agora, mais forte ainda. Está quase chegando, mais perto, mais perto.... é o fim. A falta de cérebro entre esses seres se confirma nessa triste atitude. Agora caem os restos mortais da mariposa burra, que confundiu ar com vidro, lâmpada com Deus e ventilador de teto com estrela.
*Ela surge quando a imaginação vai lá e já volta.
Layout novo, dia novo, meta nova. Decidi que devo aproveitar melhor algumas horas do meu dia, seguindo o conselho que me foi dado ontem. Para tanto, precisarei sacrificar um hábito que me acompanha há anos. Assistir novelas. Sim, admito, sou uma consumidora compulsiva, embora um pouco menos nos últimos tempos. Esse gosto virou até objeto de estudo em um trabalho da faculdade, e olha que até estudando à noite consegui acompanhar. Mas, daqui pra frente, só sinopse na internet, revista de fofoca e propaganda durante a programação. No começo, vai ser difícil, eu sei, mas a novela das oito já está acabando, a das seis não assisto direito e no horário das sete fico “zapeando” entre um canal e outro. Novelas simultâneas. Mesmo com uma do Maneco despontando pela frente, tentarei me manter firme e seguir minha meta. Nos horários, agora, livres, quem sabe um pouco de cultura e exercício mental. Um curso de espanhol a distância e um bom livro. Meditação, Yoga de revista, trabalhos manuais, novos sites e contatos. Atividades que, de preferência, não incomodem meu bolso furado. Vou tentar. Eu juro.