segunda-feira, maio 08, 2006

Anjo e querosene

É. Foi assim meu final de semana (considerando também a sexta-feira como parte dele). Quem disser que anjo não existe, é porque não conheceu o sr. José. E quem não sabia que querosene mata cupim, ficou sabendo agora!
Bom. Sexta-feira. Banco HSBC. Senha nº 463. No relógio, 15:35. No letreiro, senha 365. 100 pessoas na minha frente. Após alguns segundos de letargia, sou interrompida pelo leve cutucão de um senhor. "Que você veio fazer?". "Ah, eu vim só descontar um cheque, mas dá uma olhada na minha senha!". "Eu também vim, quer ir comigo, minha senha é 359, só faltam seis!". "Sério? Posso ir com você mesmo?". "Claro, ainda tem um monte de gente na sua frente, você vai sair daqui umas cinco horas!". "Nossa, muito obrigada! Mal posso acreditar!".
E fomos. Chegando no caixa ele disse: "Espera pra sair comigo, senão esse povo vai dar uma chinelada na gente!". O nome dele é José. Deve ter uns 60 e poucos anos. Acredito que boa parte deles dedicada a fazer gentilezas às pessoas, como a que ele fez comigo. Ele tem os olhos azuis, como os anjos renascentistas. Tem a pele do rosto vermelha e os cabelos brancos. E é um anjo. Pois não é todo dia que a gente é surpreendida com boas ações absolutamente gratuitas, como eu fui.
Agora, quem está longe de ser angelical, são os cupins. E o que era para ser um domingo tranquilo, foi um dia de mão na massa, com cheiro de querosene. São necessários poucos dias para que eles se proliferem como coelhos no cio. Quando conseguimos identificar um pedacinho do caminho feito por esses monstrinhos, já é tarde. São metros e mais metros de caminho de terra, pequenos túneis, escondidos atrás de prateleiras e armários. Os bichos estavam gordos e brilhantes. Afinal, comeram livros e caixas muito suculentas e nutritivas. Enchemos um saco de aspirador de pó com a sujeira dos cupins e gastamos uns dois litros de querosene. Ninguém se atreva a acender um palito de fósforo naquele quarto ou tudo explodirá pelos ares. Depois de cinco horas de leva e traz de caixas, reciclagem de papéis guardados e de adeus a alguns livros, o quartinho se viu livre da praga. Pelo menos por enquanto.
Pelo menos, o cheiro de querosene é gostoso.

Um comentário:

Anônimo disse...

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