segunda-feira, junho 19, 2006

Burra, nada mais.

Da série Revirando o PC...*

Porta entreaberta. Ah, mundo novo! Sobe, desce, voa, gira, piruetas. Ana!? Aqui! Que atração irresistível causam as lâmpadas sobre os insetos, sobretudo aquelas de mercúrio, compridas e brancas. Gabriel? Gabriel? Jonas? Eu! Essa luz deve equivaler a Deus; pode existir então um conflito de identidade? Os insetos não ficam o tempo todo perto de Deus! Acho que não, talvez a luz seja meramente hipnótica e nada mais. Que belo corredor, desce, quase aterra e sobe novamente. Pernas, ombros, cabeças, teto. O toc toc do giz sobre o quadro. Vinícius? Tô aqui! Uma, duas, cinco voltas completas. Energia à tona. Calor ali. Onde está mesmo a porta? Ah, árvores, como não pensou nisso antes. Força total, mil quilômetros por hora. Pá! Os insetos costumam ser burros e míopes. Eles tentariam atravessar uma pintura para chegar à paisagem, o que dizer de um simples vidro? Sobe novamente, desta vez para alcançar a luz mais alta, mais bonita, faiscante, cintilante como uma estrela. Agora, mais forte ainda. Está quase chegando, mais perto, mais perto.... é o fim. A falta de cérebro entre esses seres se confirma nessa triste atitude. Agora caem os restos mortais da mariposa burra, que confundiu ar com vidro, lâmpada com Deus e ventilador de teto com estrela.

*Ela surge quando a imaginação vai lá e já volta.

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